sábado, 20 de junho de 2009

Necessidades de carboidratos para atletas / esportistas

Excluídos os componentes hereditários e o condicionamento atlético, nenhum outro fator isolado ocupa papel mais importante que a nutrição no desempenho físico do atleta. Estudos têm reforçado que uma nutrição adequada otimiza a capacidade e o desempenho físico.
Um dos princípios da nutrição do esportista é: a dieta ideal é aquela composta de todos os nutrientes necessários para garantir um bom funcionamento do organismo.



OS CARBOIDRATOS – podem ser definidos como os combustíveis energéticos por excelência. Para o desempenho físico, é de vital importância o glicogênio, um grande polissacarídeo sintetizado a partir da glicose, no processo da GLICOGÊNESE.
Os carboidratos são nutrientes básicos do desempenho atlético. Possuem função de fornecer energia; poupar proteínas e favorecer a manutenção do sistema imune.
Durante um exercício, o glicogênio muscular é a principal fonte de energia glicídica para os músculos ativos. Quando todo o glicogênio é depletado, a síntese de glicose ocorre a partir de outros nutrientes principalmente das proteínas. Esse não é um processo benéfico para os atletas, pois uma das fontes de proteínas é o próprio tecido muscular.
A quantidade de glicogênio muscular está intimamente relacionada com o mecanismo de fadiga: quanto mais glicogênio, mais energia e maior a capacidade de um indivíduo permanecer em atividade.
Por tudo isso, os atletas apresentam maior a necessidade de carboidratos. A recomendação é de 60 a 70% do valor calórico total da dieta.


A adequação da ingestão diária de carboidratos possui como principais objetivos:

  • Maximizar os estoques de glicogênio e manter a glicose sanguínea;
  • Manter ou aumentar a massa muscular.

NECESSIDADE DE CARBOIDRATOS PARA EXERCICIOS DE ALTA INTENSIDADE E CURTA DURAÇÃO

Uma dieta rica em carboidratos é capaz de reduzir o tempo de exaustão. Um consumo agudo de carboidratos mantém a glicemia, diminuindo a utilização de glicogênio durante o exercício e favorece a ressíntese de glicogênio nos intervalos entre os tiros.



NECESSIDADE DE CARBOIDRATOS PARA EXERCICIOS DE MODERADA / ALTA INTENSIDADE E LONGA DURAÇÃO

Dependendo da intensidade do exercício e da dieta, a depleção de glicogênio muscular pode ocorrer dentro de 70 a 90 minutos, diminuindo assim o desempenho do atleta.



PRINCIPAIS FONTES D ECARBOIDRATOS

Carboidratos Simples: frutas, melado, mel e açúcar de mesa.


Carboidratos Complexos: arroz, aveia, trigo, feijões, batata, granola, pães, etc.



Assista agora a um vídeo sobre dicas de nutrição para corredores:


Suplementos de carboidratos: saiba mais!

Estudos científicos vêm demonstrando que a performance e a saúde de atletas podem ser beneficiadas através de um adequado manejo dietético. Em relação a este tema existem poucas controvérsias, diante da documentação que comprova os efeitos benéficos para a saúde, mudanças favoráveis da composição corporal e aprimoramento do desempenho desportivo de atletas, decorrentes da boa nutrição.
Segundo as Recomendações de Ingestão Dietéticas (RID), do National Research Council Subcommitee, de 1989, em uma dieta equilibrada os carboidratos devem representar a maior parte da ingestão energética. Mesmo sendo pequenas as reservas de glicogênio do organismo, elas são importantes durante o período de jejum e também durante a situação de exercício prolongado, na qual a glicose e os ácidos graxos são oxidados para fornecer energia para a contração muscular.
Os Suplementos de Carboidrato tem como finalidade servir de fonte de energia para a célula. Ele é formado pela combinação de resíduos de glicose, que através de sua hidrólise, formam moléculas de glicose independentes.
A atividade física provoca uma maior demanda por energia do organismo, podendo levar a um aumento da geração de energia em até 120 vezes na atividade intensa. Desta forma, assim que se inicia uma atividade física, sobretudo as intensas, o organismo passa a necessitar de glicose, utilizando as reservas de glicose do organismo, chamadas de glicogênio.
A energia consumida durante os treinos e competições depende da intensidade e duração dos exercícios, sexo dos atletas e o estado nutricional inicial. Quanto maior a intensidade dos exercícios maior será a participação dos carboidratos como fornecedores de energia. Estima-se que a ingestão de carboidratos correspondente a 60 a 70% do aporte calórico diário atende à demanda de um treinamento esportivo.
Os carboidratos são divididos em três categorias principais: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Como exemplos de monossacarídeos há a glicose e a frutose; como dissacarídeos, a sacarose, maltose e lactose; e, no grupo dos polissacarídeos, destacam-se os carboidratos complexos, que incluem os polímeros de glicose (como a maltodextrina).
O processo de absorção dos carboidratos simples é muito rápido, porque basta quebrar uma ligação para que ocorra a absorção de cada uma das moléculas separadamente, ou então, ocorrerá a absorção direta, se não houver nenhuma ligação entre moléculas. A conseqüência disso é que os carboidratos simples são absorvidos muito rapidamente, aumentando a taxa de glicose circulante no sangue.
No caso dos carboidratos complexos, o processo é bem mais lento, porque cada ligação entre as centenas de moléculas tem que ser desfeita, e isso vai acontecendo aos poucos, até que toda a molécula possa ser digerida. Assim, a glicose vai sendo absorvida e entrando no sangue aos poucos, não causando tanto impacto na taxa de glicose que circula no sangue.
Devido ao fato de o organismo não digerir e nem absorver todos os carboidratos com a mesma velocidade, um mecanismo denominado índice glicêmico foi desenvolvido para avaliar o efeito dos carboidratos sobre a glicose sanguínea. O índice glicêmico é um indicador qualitativo da habilidade de um carboidrato ingerido em elevar os níveis glicêmicos no sangue, fornecendo informações efetivas para um plano nutricional apropriado em relação à suplementação estratégica de carboidratos para o exercício. Portanto, além do tipo de carboidrato (simples ou complexo), o índice glicêmico pode ser usado como um guia de referências para a seleção do suporte nutricional ideal de carboidratos para os esportistas.

Veja no quadro abaixo alguns suplementos comerciais de carboidratos:



Conheça agora dois suplementos energéticos muito utilizados no meio esportivo:

MALTODEXTRINA

A maltodextrina é um carboidrato complexo de absorção gradativa proveniente do amido de milho. Ela fornece energia durante a atividade física de longa duração, retardando a fadiga, através da liberação gradual de glicose para o sangue.
Os suplementos de maltodextrina contém polímeros de dextrose/glicose, compostos de açúcar unidos que são mais fáceis para o corpo assimilar e usar. Estes polímeros são metabolizados de forma lenta e constante o que pode ajudar a sustentar os níveis de energia durante atividades que necessitam de resistência (ex: jogo de futebol, uma partida de tênis, um jogo de basquete, uma partida de vôlei, maratona, etc.). Suplementos de maltodextrina são uma fonte conveniente e econômica de energia para pessoas ativas.
Sugestão de uso

Em geral deve-se tomar de preferencialmente até 4 colheres de sopa de maltodextrina para 500ml.

Como tem a função de fonte energética durante o treinamento e evita fadiga, deve ser consumida antes, durante e depois do treinamento.




CARBO UP

Carb Up é um repositor energético que tem como objetivo o fornecimento de energia, repondo os estoques de glicogênio, os quais diminuem após um certo período de atividade física intensa, prejudicando o desempenho dos atletas.Este suplemento é formulado com uma tripla combinação de carboidratos: maltodextrina, frutose e glucose. Contém ainda vitaminas que auxiliam no metabolismo energético e sais minerais.

Sugestão de uso
Carb Up pode ser tomado antes, após e/ou durante os exercícios.


Referências:


SAPATA, Katiuce Borges; FAYH, Ana Paula Trussardi; OLIVEIRA, Álvaro Reischak. Efeitos do consumo prévio de carboidratos sobre a resposta glicêmica e desempenho. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.12, n.4, p.189-194, julho/agosto, 2006.

Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Vol. 9, Nº 2 – Mar/Abr, 2003

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Carboidrato: antes, durante e depois do exercício físico.

Os carboidratos são a fonte mais importante de energia para exercícios de alta intensidade e a única que pode participar de maneira significativa das vias aeróbias e anaeróbias.
A maior parte dos carboidratos ingeridos é inicialmente transformada em glicose sanguínea e usada para energia ou armazenada como glicogênio hepático e muscular, sendo este último a fonte primária e mais disponível de glicose e energia para o metabolismo muscular.
Durante a prática esportiva a utilização de glicogênio muscular e glicose sanguínea aumenta, portanto tanto a hipoglicemia como a ausência de glicogênio muscular podem precipitar a fadiga.
A fadiga é um processo multifatorial que reduz a performance durante o exercício. Definida como falha ou incapacidade de gerar força, está ligada à depleção dos substratos energéticos e/ou acúmulo de metabólitos.
Estudos têm mostrado que a suplementação com carboidrato retarda a fadiga, preserva os estoques de glicogênio e fornece energia extra aos tecidos em atividade.



CARBOIDRATO ANTES E DURANTE O EXERCÍCIO



A suplementação de glicose ou outras formas de carboidratos antes ou durante exercícios de alta intensidade e principalmente, longa duração, retarda o inicio da fadiga e melhora o desempenho atlético. Porém, na maioria dos exercícios de curta duração não se tem melhora no desempenho físico.

4 horas ou menos antes do exercício:
A ingestão de CHO de 60 A 240 minutos antes do treino prolongado pode melhorar o desempenho do atleta.
Vários estudos recomendam de 4 a 5 g/kg de CHO. Podem ser consumidos sob muitas formas, incluindo líquidos, como sucos ou soluções de polímeros de glicose, ou carboidratos sólidos como frutas e amido(CHO complexos).
O conteúdo de fibra deve ser mínimo para evitar possíveis problemas intestinais durante o exercício.

Menos de 1 hora antes do exercício: Deve-se evitar a ingestão de CHO com alto índice glicêmico, de 15 a 60 minutos antes da atividade, pois os CHO podem prejudicar o desempenho físico desses indivíduos, trazendo efeitos durante a atividade física como fraqueza muscular.


Durante o exercício: Carboidratos ingeridos durante o exercício prolongado ajudam a manter a glicose sanguínea, gerar energia, além de melhorar o desempenho .
A ingestão recomendada de CHO seria 30 a 60 g por hora. Por isso o atleta deve consumir uma solução de 5% a 10% contendo cerca de 15 a 20 gramas de CHO a cada 15 a 20 minutos durante o exercício.



CARBOIDRATO APÓS O EXERCÍCIO

Vários estudos demonstram que a ingestão de carboidratos durante o intervalo de repouso entre duas series de exercício prolongado melhora o desempenho da segunda serie.Os carboidratos podem ajudar a restaurar as concentrações de glicose sanguínea, mas também podem ser usados para ressintetizar glicogênio muscular.
Em casos em que a ressintetização do glicogênio muscular é importante, os alimentos com alto índice glicêmico como batatas, pão, glicose, seriam a fonte preferida de CHO, pois ele levam a uma recuperação mais rápida do que uma refeição rica em CHO de baixo índice glicêmico.
Alguns estudos comprovaram ainda, que a associação de carboidrato e proteína, induziu uma taxa mais rápida na ressintese de glicogênio muscular




Referencias:

BAGANHA et al. Diferentes estratégias de suplementação com carboidrato e subseqüente resposta glicêmica durante a atividade indoor. R. da Educação Física- UEM. Maringá, v.19, n.2, p.269-274, 2008.

WILIAMS, Melvin H. Nutrição: para saúde e condicionamento físico e desempenho esportivo. Ed. Manole, p. 94-117, 2002.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Isotônicos: Porquê utilizá-los?

IMPORTÂNCIA DA HIDRATAÇÃO

A água é o principal constituinte do organismo e é essencial para a vida. A água tem funções essenciais no organismo:
* Meio onde se dão todas as reações do organismo, como por exemplo, a digestão;
* Transporta os nutrientes e os produtos resultantes do metabolismo;
* Regula a temperatura corporal;
* Interfere no funcionamento de todos os sistemas e órgãos.

Uma desidratação continuada, ainda que leve, tem efeitos a longo prazo, nomeadamente a nível cardíaco, renal, respiratório e digestivo.




ISOTÔNICOS

O calor provoca perdas de líquidos através do suor que muitas vezes somente a água não repõe, pois também ocorrem perdas de sais minerais importantes para o equilíbrio orgânico. Sensação de fadiga e de "peso nas pernas" são queixas comuns em indivíduos que tem uma perda de água acentuada. Quanto maior o tempo de exercício, maiores serão as perdas hídricas. Isotônicos são bebidas à base de água, sais minerais e carboidratos (6 a 8%), ideais para reposição de líquidos e eletrólitos perdidos através do suor durante atividade física. São chamados isotônicos por possuírem formulação semelhante ao plasma, o que facilita a absorção.
Na hora de escolher sua bebida isotônica atente para os seguintes detalhes:
- O total de carboidratos não deverá ultrapassar 20 g para serem absorvidos mais rapidamente pelo organismo. - O tipo de carboidrato também é importante, pois o ideal é que seja uma fórmula balanceada que apresente glicose, frutose e não somente sacarose como é o caso de alguns. - A presença de Sódio e Potássio é fundamental para facilitar a absorção. - A presença de Cloreto nas formulações também é desejável, visto que também se perde Cloro através do suor. - Ideal para esforços mais prolongados (triatlos, ciclismo, corrida), bebidas com adição de vitaminas também são recomendáveis. - Consuma-os de preferência gelados para facilitar o esvaziamento gástrico. Quanto mais rápido ele deixar o estômago, mais rapidamente você sentirá os benefícios.


LEMBRE-SE: HIDRATE-SE ANTES, DURANTE E DEPOIS DE ATIVIDADE FÍSICA.



Aprenda a fazer um isotônico bem próximo aos existentes no mercado e com baixo custo.


GATORADE DE LARANJA

Ingredientes:
Para 1000ml
Suco de laranja – 200ml = 20,82g de carboidrato
Açúcar refinado – 5 colheres de sopa rasa = 39,60g de carboidrato
Sal – 1 colher de cafezinho não cheia = 1,14g (441,807mg de sódio)
Água – quantidade necessária para completar 1 litro
Valor calórico = 24 cal
Carboidrato = 6g
Sódio = 45mg
Potássio = 40mg

domingo, 14 de junho de 2009

Índice Glicêmico e Carga Glicêmica: Qual a diferença?

Índice Glicêmico (IG) é o potencial ou a capacidade de um carboidrato em uma porção fixa (50g) aumentar a taxa de glicose na corrente sanguínea, se comparado à mesma porção (50g) de um carboidrato de referência, geralmente o pão branco ou a própria glicose.

Ao ingerimos carboidratos, eles entram na corrente sanguínea em diferentes velocidades de acordo com as suas características de absorção e digestão pelo corpo humano.
Curiosamente, a avaliação do índice glicêmico de um alimento não depende apenas de sua classificação como carboidrato “simples” ou “complexo”, pois o amido vegetal no arroz branco e nas batatas possui um índice glicêmico mais alto do que os açucares simples (frutose) nas maças e nos pêssegos. Levando-se em conta o conteúdo em fibras de um alimento torna mais lento o ritmo de digestão, muitos vegetais (p. ex., ervilhas, feijões e outros legumes) possuem índice glicêmico baixo. Ainda mais, a ingestão de lipídios e proteínas tende a tornar mais lenta a passagem do alimento para dentro do intestino, reduzindo o índice glicêmico do respectivo conteúdo de carboidratos da refeição.

Quando os alimentos disponibilizam maior quantidade de energia em curto espaço de tempo, o fator complicante é que os níveis de açúcar tendem a despencar na mesma velocidade que sobem. Estes são alimentos considerados de alto valor glicêmico, pois afetam muito a resposta de insulina no sangue. Níveis elevados de insulina promovem aumento do catabolismo dos carboidratos contribuindo para a queda prematura do glicogênio e portanto à fadiga precoce, dentre outros males a longo prazo, como diabetes e problemas do coração.

O IG varia de 0 a 100, sendo que a glicose pode servir de valor de referência, recebendo IG de 100. Veja a figura abaixo do índice glicêmico.

Além do IG existe também a Carga Glicêmica (CG), que classifica os alimentos de acordo com a quantidade de carboidratos; ou seja, o quanto do alimento eleva a glicose sanguínea.

A CG é calculada usando uma fórmula que multiplica a quantidade de carboidrato disponível em uma porção pelo IG do alimento e dividindo o resultado por 100. Assim temos uma visão mais realista que varia de acordo com o impacto na liberação de glicose e produção de insulina em uma porção usual de alimento. Em conjunto os dois fatores funcionam melhor.

Imaginem a melancia, que tem um alto IG. Significa que se você consumir 50g de melancia, a quantidade de açúcar no sangue subirá mais rapidamente que outros alimentos de menor IG. Porém a melancia possui uma baixa CG. Isto significa que possui pouca quantidade de carboidrato em uma porção usual, portanto seu impacto na produção final de glicose não é tão significativo.
Alimentos com CG menor que 10 são classificados como de baixa carga; CG entre 10 e 20 são de carga média e com CG maior que 20 são de alta CG. Veja o exemplo abaixo:

É importante, portanto, associar os dois índices, pois tão importante quanto à rapidez (IG) que a glicose é elevada no sangue, é a quantidade de glicose que se ingere (CG).